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yi-sng
— Fanfic - Adamastor
Published:
2010-08-29 07:04:19 +0000 UTC
; Views:
1055
; Favourites:
7
; Downloads:
7
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Description
Title:
Adamastor
Genre:
Humour
Rating:
PG
Characters/Pairing:
Portugal, Spain, menção de England, se você procurar com bastante afinco.
Word Count:
674
Warnings:
OC Portugal
Summary:
Realmente, uma idéia brilhante. A prova concreta de que a inteligência e esperteza – feminina, diga-se de passagem – eram capazes de vencer a força bruta.
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ADAMASTOR
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Assi contava; e, cum medonho choro,
Súbito d'ante os olhos se apartou.
Desfez-se a nuvem negra e cum sonoro
Bramido muito longe o mar soou.
Eu, levantando as mãos ao santo coro
Dos Anjos, que tão longe nos guiou,
A Deus pedi que removesse os duros
Casos que Adamastor contou futuros.¹
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-
Já havia terminado de ler episódio há muito, mas não conseguia desgrudar os olhos da fina caligrafia no papel. O olhar verde movia-se sobre a folha, lendo e relendo novamente, na vã esperança de que alguma palavra perdida, ou algum código secreto pudesse invalidar a veracidade do conteúdo de tal poema.
Desistiu finalmente, baixando o papel e levantando o olhar exasperado para a moça que sorria arrogantemente para ele.
- ¡Eso no és verdad! – exclamou o espanhol, segurando o papel com tanta força que poderia rasgar. – Como se você fosse capaz de fazer algo assim!
Isso era um ultraje! Fora as complicações econômicas, mas isso estava fora de questão; no momento, apenas seu orgulho ferido importava. Como podia uma garotinha chorona, "aspirante a nação", passar pelo maldito cabo antes dele?
A "garotinha chorona", ou Maria Luisa Oliveira, a personificação de Portugal, sorriu zombeteiramente para o irmão, como se as estrofes do poema já não fossem zombaria o bastante para com Espanha.
- Pois podes acreditar, Hermano – a morena falsificou um sotaque espanhol. – Eu e meus homens passamos pelo pascácio assim – ela estalou os dedos para enfatizar, e riu. – Foi canja de galinha.
E, de fato, havia sido relativamente fácil passar pelo gigante horroroso ao sul da África. Agora, a coroa portuguesa tinha uma nova rota para conseguir especiarias da Índia, e Espanha podia morrer de inveja, porque aquela rota era dela, e só dela! Glória aos Lusitanos! Maria Luisa não cabia em si de tanto orgulho.
- Mas como pode? – indagou novamente o moreno, quase chorando de frustração. – Como fizestes isso? – choramingou, lendo o texto onde cada palavra era como um bofete. – Decerto que o Gigante não desapareceu assim simplesmente. Dime, ¿cuál fue tu arma secreta?
Maria riu, dando um peteleco brincalhão na testa do irmão, satisfeita ao ver sua frustração.
- Isso, meu adorado irmão – falou irônica, - é fruto da inteligência e esperteza lusitana...
ooOOoOoOOoo
Realmente, uma idéia brilhante. A prova concreta de que a inteligência e esperteza – feminina, diga-se de passagem – eram capazes de vencer a força bruta. Ela sorriu maliciosamente, enquanto guiava calmamente os homens de seu navio com voz macia.
Adamastor era, de fato, um monstro horrendo e enorme. Invencível, como diziam. Isto é, se fossem tentar usar a força bruta, típica dos homens. Realmente, eles não tinham cérebro? À primeira vista do gigante, ela já sabia que lutar não levaria a nada, seria apenas uma batalha fadada ao fracasso lusitano.
- Tragam mais – ordenou a um tripulante, em tom apologético, e voltou-se novamente à enorme massa de pedras debruçada contra a proa do navio. – Calma, amigo, calma.
Então, por que não usar um pouco a inteligência, e a experiência adquirida com uma certa aliança?
- Tétis... – a criatura levantou a cabeçorra, grossas lágrimas correndo pelo rosto de pedra. Era de dar pena. – Por quê? Por quê?
Um novo barril foi trazido dos porões da Nau e colocado à frente do gigante, que ergueu-o como se fosse uma taça, e tomou tudo de uma só vez, jogando-o para onde outros barris jaziam vazios.
- Não chores, você é um bom gigante, ela não sabe o que perdeu – ela falou, fazendo-o virar ainda mais um barril cheio de vinho. – Aqui, beba mais, quem bebe esquece.
E ele bebeu. E, de acordo com que bebia, suas pálpebras pesavam mais, e ele já começava a babar no convés... Isso daria um trabalho puto para limpar, mas valia a pena.
Outro barril virado e o gigante começava a querer cochilar, mas ainda chorava.
- Tétis, por que fizestes isso? – seu urro ecoava agora mais baixo no navio.
Ela não podia evitar um sorriso ao ver sua vitória vir mais fácil do que imaginava. Apenas mais algumas doses, e ele estaria abaixo.
Cachaceiro.
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